A Cozinha dos Azulejos Cor de Abóbora
Raízes profundas de um amor feroz e tóxico
enroladas na pele dourada
de mulheres fortes.
Vidas despojadas, mesas postas,
abertas a andarilhos solitários.
Amávamos a comida servida
por mãos — mãos queridas —
de corações que não podíamos conhecer por inteiro.
Um rancor é uma refeição que estraga
quanto mais tempo fica no prato.
Todos nós fomos servidos
naquela cozinha grande
com azulejos cor de abóbora.
Crescemos para ser transformadores de ciclos.
Folhas verdes cresceram em compreensão,
como árvores que compartilham raízes sob o solo,
como uma videira em torno da verdade.
Raízes profundas, famílias, feridas—
não podemos fingir.
Joias esculpidas, lapidadas pelo tempo.
Como sobrevivemos?
Alguns de nós, mal de pé.
Aline Tolentino
A Cozinha dos Azulejos Cor de Abóbora
"Poema sobre raízes profundas, amor feroz e ciclos familiares. Entre dores e curas, a cozinha é o cenário de histórias servidas e transformadas."

Aline Tolentino
março 28, 2025


Me Dê um Pedaço do Seu Nascer do Sol
Um convite ao renascimento e à memória. No poema Me Dê um Pedaço do Seu Nascer do Sol, Aline Tolentino percorre emoções adormecidas e paisagens afetivas, celebrando a cura e a beleza que resiste.An invitation to memory and renewal. In Give Me a Piece of Your Sunrise, Aline Tolentino explores quiet emotions and tender landscapes, celebrating healing and the enduring beauty of life.

Ritmo Ancestral
No poema "Ritmo Ancestral", Aline Tolentino tece uma prece delicada à memória e à espiritualidade. Através de imagens da natureza — o cedro, os pássaros, a cigarra e o louva-a-Deus —, a poetisa nos convida a ouvir os sussurros de nossas raízes invisíveis.